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Esquizofrenia

O que é


A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico em que uma alteração cerebral dificulta o correto julgamento sobre a realidade, a produção de pensamentos simbólicos e abstratos e a elaboração de respostas emocionais complexas.


Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida.

A esquizofrenia é uma doença mental que acomete aproximadamente 1% da população mundial. Normalmente, o transtorno aparece entre o final da adolescência e começo da vida adulta.


Tipos

  • Esquizofrenia paranoide: com predomínio de alucinações e delírios

  • Esquizofrenia desorganizada ou heberfrênica: com predominante pensamento e discurso desconexo

  • Esquizofrenia catatônica: em que o paciente apresente mais alterações posturais, com posições mantidas por longos períodos e resistência passiva e ativa a tentativas de mudar a posição do indivíduo

  • Esquizofrenia simples: em que a pessoa, sem ter delírios, alucinações ou outras alterações mais floridas, progressivamente ia perdendo sua afetividade, capacidade de interagir com pessoas, ocorrendo um progressivo prejuízo de seu desempenho social e ocupacional, por vezes levando os indivíduos afetados a uma vida de sem-teto e vagando pelas ruas.

Causas


Ainda não se conhecem todos os mecanismos cerebrais que promovem os sintomas relacionados à esquizofrenia, mas hoje sabe-se que se trata de uma doença química cerebral decorrente de alterações em vários sistemas bioquímicos (neurotransmissores) e vias neuronais cerebrais.

Vários genes em combinação são responsáveis por estas alterações cerebrais. O ambiente, ou seja, as relações vitais que a pessoa estabelece funcionam como fatores estressores que contribuem para que estes genes ligados se ativarem e a doença apareça. Não existem fatores psicológicos ou ambientais que causam a esquizofrenia, mas sim fatores de vida que são gatilhos para o início das alterações cerebrais da doença.


Sintomas


Os principais sintomas da esquizofrenia são:

Delírios: A pessoa passa a acreditar que a realidade se apresenta de uma maneira diferente, suas ideias e pensamentos apresentam conteúdos que para ela são verdade, mas que não estão realmente acontecendo. Por exemplo, ela pode acreditar que está sendo perseguida, que está sendo filmada e, como consequência, que tem poderes especiais ou uma missão muito importante no mundo. Estas crenças são uma convicção para a pessoa e não se desfazem com nenhuma argumentação.

Alucinações: Os cinco sentidos também ficam afetados. A pessoa passa a ter percepções sem que haja um estímulo externo. Por exemplo, ouvir vozes que comentam o seu comportamento ou dão ordens, sem haver ninguém falando. Também pode sentir odores e sabores diferentes em alimentos saudáveis, ter visões de objetos que não existem, ou outras sensações táteis, como  formigamento.

Alterações do Pensamento: Os pensamentos podem ficar confusos. A pessoa pode ter a sensação que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou roubados ou que podem ser controlados. Pode acreditar também que pensamentos estranhos foram colocados em sua cabeça. Esta confusão dos pensamentos se expressa na forma como se comunica, aparentando dizer coisas sem sentido.


Perda da Vontade e Déficits Cognitivos:

A pessoa passa a ter uma perda da vontade para realizar suas atividades. Em parte por não sentir prazer em realizá-las e em parte por dificuldades novas, como, por exemplo, relativas à memória ou devido à dificuldade para realizar tarefas corriqueiras de forma organizada.


Alteração do Afeto: Há uma dificuldade em expressar os sentimentos e emoções, passando a impressão de que perdeu estas capacidades. Na realidade a pessoa continua tendo seus sentimentos e emoções e fica angustiada por não conseguir demonstrá-las. É como se as pessoas estivessem alheias ao que se passa à sua volta e a vida fosse um filme monótono em branco e preto.


Diagnóstico


Como se Diagnostica a Esquizofrenia? Não existe um exame laboratorial que seja capaz de identificar a esquizofrenia. O diagnóstico permanece inteiramente dependente do julgamento clínico médico, através de uma entrevista psiquiátrica cuidadosa com o paciente e seus familiares. Como não existem sintomas específicos da esquizofrenia, os médicos se baseiam em critérios diagnósticos para estabelecer o diagnóstico. No Brasil, utilizamos principalmente os critérios estabelecidos pela CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da Organização Mundial da Saúde. O diagnóstico da esquizofrenia pode levar algum tempo para ser efetuado. É preciso que o médico seja cuidadoso e certifique-se de que não se trata de algum outro transtorno ou doença de base orgânica. Outras causas possíveis para os sintomas apresentados devem ser investigadas. É importante descartar outras doenças, pois às vezes os sintomas psicóticos ou confusionais podem ser motivados por outras condições. Além disso, o abuso de certas drogas pode provocar sintomas semelhantes ao da esquizofrenia. Às vezes, é difícil diferenciar uma doença mental de outra. Por exemplo, algumas pessoas com sintomas da esquizofrenia apresentam alterações de humor (depressão ou euforia) muito marcantes, sendo importante determinar se a pessoa tem mesmo esquizofrenia ou um transtorno depressivo ou bipolar. Algumas pessoas cujos sintomas não podem ser claramente categorizados, ou que apresentam sintomas mistos (psicóticos e de alteração de humor), podem ser diagnosticadas como tendo um “transtorno esquizoafetivo”.


Tratamento


O tratamento da esquizofrenia idealmente deve envolver vários profissionais trabalhando em equipe. É muito importante assegurar que o paciente faça o tratamento. Muitos pacientes abandonam o tratamento devido às idéias de perseguição, à falta de consciência sobre a doença e ao desconforto com os efeitos colaterais das medicações. Outro fator que contribui para o abandono do tratamento é a desesperança, a vergonha e o preconceito decorrentes do estigma associado à doença.

Tratamento Medicamentoso A medicação é o alicerce principal do tratamento da esquizofrenia. Ela tanto controla a crise como ajuda a prevenir recaídas. A medicação prescrita atua nos sintomas, por isso os medicamentos mais importantes para o tratamento da esquizofrenia são os antipsicóticos (antes chamados de neurolépticos).

O tratamento medicamentoso da esquizofrenia tem duas fases importantes e distintas: aguda e manutenção ou profilática


Fase Aguda Envolve a tentativa de aliviar os delírios, alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a necessidade de tratamento de longo prazo com antipsicóticos. Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de recaída e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por tempo indefinido.

Fase de Manutenção A maioria das pessoas com esquizofrenia necessitarão de cuidados médicos e medicação pelo resto de suas vidas. As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode sofrer uma recaída. Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter uma recaída dos sintomas psicóticos. É muito importante que elas possam reconhecer que estes estão voltando, e procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como delírios ou alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade, insônia e depressão. Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer com seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída. (link para o texto sobre reconhecendo sinais de recaída na seção de APOIO a familiares) Enquanto esta necessidade de tratamento por longo tempo é bem reconhecida pelo médico, isto freqüentemente não é bem aceito pelo paciente. Por essa razão, eles podem ser inconstantes em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem e não vêem motivo para continuar tomando o remédio, já que não se sentem doentes. Muitas vezes também interrompem a medicação porque os efeitos colaterais (informações sobre efeitos colaterais) são muito desagradáveis. Em alguns casos, a introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável, é uma alternativa para possibilitar maior adesão destes portadores ao tratamento


Estigma


O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados (estereótipos), que leva a preconceitos (pressupostos negativos), à discriminação (comportamentos de rejeição) e ao distanciamento social da pessoa estigmatizada.

Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A ideia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.

Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a  uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, frequentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quando buscam emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz autoestigma e baixa autoestima, contribuindo para pior qualidade de vida. Usualmente, o estigma e a discriminação em relação as pessoas com  doenças mentais se estendem a família, amigos e mesmo a profissionais e serviços de saúde mental, observando-se uma discriminação orçamentária da saúde mental nas políticas de saúde pública.

As estratégias para mudar atitudes estigmatizantes usualmente envolvem educação (informações sobre as doenças mentais e as pessoas com esquizofrenia) – que não se mostra duradoura e não necessariamente muda atitudes, contato por meio da interação direta de pessoas com esquizofrenia e protesto (buscando suprimir atitudes estigmatizadas, principalmente na mídia), sendo esta última a menos eficiente. Mais recentemente, estratégias favorecedoras de empoderamento (empowerment) das pessoas com esquizofrenia têm sido preconizadas de forma a promover sua participação efetiva no planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental.


O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As consequências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias:

  • O estigma e a discriminação tornam mais difícil para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental reconhecer que tem algum problema e procurar apoio e tratamento.

  • Por causa do estigma e da discriminação, as pessoas que sofrem de transtornos mentais são frequentemente tratadas com desrespeito, desconfiança ou medo.

  • O estigma e a discriminação impedem as pessoas que tem problemas de saúde mental de trabalhar, estudar e de relacionar-se com os outros.

  • A rejeição, a incompreensão e a negligência exercem um efeito negativo na pessoa, acarretando ou aumentando o autoestigma, imagem negativa que as pessoas com esquizofrenia desenvolvem a respeito de si. Estudos têm mostrado que o estigma é a influência mais negativa na vida das pessoas com algum transtorno mental

  • A discriminação causa dano: destrói a autoestima, causa depressão e ansiedade, cria isolamento e exclusão social.




ABRE.ESQUIZOFRENIA Saiba Mais Sobre. Disponível em: http://abrebrasil.org.br/esquizofrenia/#estigma. Acesso em: 24 jun. 2020.

MINHAVIDA.Esquizofrenia: sintomas, tratamentos e causas. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia. Acesso em: 24 jun. 2020.

 
 
 

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